Saber como lidar com uma pessoa borderline exige muito mais do que paciência. Esse transtorno afeta profundamente as emoções, os relacionamentos e a forma como a pessoa percebe o mundo.
Mudanças de humor intensas, medo extremo de abandono e reações impulsivas são apenas algumas características que tornam a convivência desafiadora.
Ainda assim, tentar aplicar respostas genéricas ou agir apenas com “compreensão” não resolve – na verdade, pode piorar a situação.
O que realmente faz diferença é entender os gatilhos, saber como oferecer suporte sem reforçar padrões destrutivos e estabelecer limites sem que a pessoa se sinta rejeitada.
Do mesmo modo, a confusão entre acolher e incentivar comportamentos nocivos é um erro comum. Então, como evitar isso? Como lidar com crises sem transformar sua própria vida em um caos?
Existe uma forma de ajudar sem que sua saúde mental seja prejudicada? Como lidar com uma pessoa borderline?
Este artigo vai te ajudar a responder a essas perguntas. Abaixo, estão compiladas estratégias e atitudes que realmente funcionam no dia a dia. Acompanhe e descubra:
- Como lidar com uma pessoa borderline?
- Como lidar com os impulsos de um paciente borderline?
- Como lidar com uma pessoa borderline em um ambiente familiar?
- A Cannabis medicinal no tratamento de borderline
- Quais cuidados o profissional deve ter ao tratar uma pessoa com borderline?
- Quais recomendações passar para familiares de uma pessoa com borderline?
Como lidar com uma pessoa borderline?
O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), ou transtorno de personalidade limítrofe, é uma condição reconhecida pela Organização Mundial da Saúde, marcada por uma montanha-russa emocional que desafia a própria identidade e os relacionamentos.
Afeta 2 milhões de brasileiros, com 75% dos casos sendo em mulheres. O diagnóstico é feito através da observação de padrões sintomáticos, como medo de abandono, oscilações de humor e comportamentos impulsivos.
A identificação e confirmação do quadro ocorre entre os 18 e 25 anos, quando os traços se tornam consistentes — embora sintomas iniciais possam surgir na adolescência.
O cérebro do paciente com borderline processa emoções de forma mais intensa, como se o volume dos sentimentos estivesse sempre no máximo. Por isso, o tratamento visa reduzir o sofrimento e aumentar a autonomia.
É um transtorno grave, visto que, cerca de 10% dos pacientes diagnosticados acabam cometendo suicídio, conforme dados da Associação Brasileira de Psiquiatria.
A abordagem terapêutica é personalizada, sendo, na maioria das vezes, orientada para o controle das crises de raiva ou redução da automutilação.
Então, se você quer descobrir como lidar com uma pessoa borderline, precisa saber identificar sinais de desregulação emocional no indivíduo e usar estratégias de distração, como as que você verá mais adiante neste artigo.
Tipos de terapias mais eficazes para tratar uma pessoa com borderline
A medicação para o transtorno borderline é coadjuvante. Antidepressivos podem ajudar em casos de depressão e ansiedade comórbida, mas não existem remédios específicos para o TPB.
Na verdade, o cerne do tratamento está na terapia contínua e no apoio social. Famílias que querem saber como lidar com uma pessoa borderline são orientadas a evitar críticas (“Por que você não controla isso?”) e substituí-las por validação (“Deve ser difícil sentir tudo tão forte”).
A Terapia Comportamental Dialética lidera em evidências científicas para estes casos. Criada nos anos 80 para ajudar pacientes com transtornos severos, ela ensina habilidades concretas, sendo dividida em quatro módulos:
- Mindfulness para observar emoções sem julgamento;
- Tolerância ao mal-estar para evitar ações impulsivas;
- Regulação emocional para modular a intensidade dos sentimentos;
- Efetividade interpessoal para comunicar necessidades sem conflitos.
Sessões semanais individuais são combinadas com grupos de habilidades, onde pacientes praticam técnicas como “opostos à ação” (agir contra o impulso destrutivo) e “metáfora da onda” (entender que crises são temporárias).
Contudo, tratar uma pessoa com borderline via Terapia Comportamental Dialética requer compromisso: exercícios diários de 10 minutos são essenciais para reconfigurar respostas automáticas.
A Terapia de Esquemas é outra opção, pois mergulha em padrões emocionais enraizados na infância.
Por exemplo, um paciente que vive em relacionamentos abusivos pode ter o esquema “abandono”, acreditando que merece sofrer.
Aqui, o terapeuta usa técnicas como reescrita de histórias (imaginar conversas com a criança ferida do passado) e experimentos comportamentais (testar crenças como “se eu discordar, serei rejeitado”).
Já a Terapia Baseada em Mentalização trabalha a capacidade de entender pensamentos alheios. Pessoas com borderline muitas vezes interpretam um silêncio como rejeição, reagindo com explosões.
Através de perguntas como “O que você acha que eu estou sentindo agora?”, o terapeuta treina a reflexão antes da ação.
Como lidar com os impulsos de uma pessoa borderline?
Impulsos no transtorno borderline são quase onipresentes. Para gerenciá-los, é preciso agir antes, durante e depois da crise. Se você quer saber como lidar com uma pessoa borderline, procure fazer isso:
- Antes: Anote, por uma semana, situações que precedem impulsos (ex.: discussões no trabalho, acesso a redes sociais). Com a lista pronta, desenvolva algumas respostas alternativas.
- Durante: Técnicas de ancoragem sensorial interrompem o ciclo. Durante uma crise, peça para que a pessoa segure um cubo de gelo até derreter, cheire óleo essencial de lavanda ou ouça uma música. O segredo é escolher métodos que exijam atenção total.
- Depois: Após a crise passar, analise o episódio sem julgamento. Perguntas como “O que essa crise diz sobre suas necessidades não atendidas?” transformam recaídas em aprendizado.
Em vez de dizer “pare de se machucar”, experimente: “Vamos juntos ver o que acalma você agora?”. Oferecer opções limitadas (“Prefere caminhar ou ouvir música?”) dá controle sem sobrecarregar.
Profissionais também recomendam acordos de segurança: documentos assinados pelo paciente listando o que ele autoriza em crises graves (por exemplo: contatar seu terapeuta).
Lembre-se: impulsos são sintomas, não falhas de caráter. Cada vez que a pessoa consegue adiar uma ação destrutiva por 5 minutos, é uma vitória a ser celebrada.
Como lidar com uma pessoa borderline em um ambiente familiar?
Conviver com alguém que tem Transtorno de Personalidade Borderline requer, primeiramente, desconstruir mitos.
Não é verdade que pessoas com borderline “manipulam” ou “gostam de conflitos” — elas lutam contra uma sensação crônica de vazio e medo de rejeição.
Entender isso muda a perspectiva de “como lidar com uma pessoa borderline” para “como apoiar alguém em sofrimento”. A comunicação, nestes casos, é a ferramenta mais poderosa.
Evite frases generalistas como “Você sempre exagera”. Substitua por observações específicas: “Percebi que você ficou muito chateado quando eu cheguei tarde. Vamos combinar um sinal para esses momentos?”.
Como lidar com uma pessoa borderline em família também envolve criar estrutura sem rigidez. Rotinas previsíveis oferecem segurança, mas é preciso flexibilizar quando a pessoa está em crise.
Um mural com lembretes visuais de habilidades aprendidas em terapia — como técnicas de respiração ou contatos de emergência — funciona como um guia prático.
Famílias costumam cair na armadilha de superproteger ou criticar. Ambos extremos são prejudiciais. A solução, portanto, é o equilíbrio entre validação e limites.
Validar não significa concordar com comportamentos destrutivos, mas reconhecer a dor por trás deles: “Sei que você está sofrendo, mas não vou aceitar gritos. Vamos encontrar outra forma de expressar isso”.
Inclua a pessoa com borderline nas decisões domésticas. Pequenas responsabilidades, como cuidar de uma planta ou escolher o cardápio da semana, reforçam seu senso de valor.
Elabore um protocolo junto ao terapeuta: quem contatar, qual remédio usar (se houver prescrição), onde levar em caso de risco iminente. Ter isso escrito reduz o pânico no calor do momento.
Lembre-se: o ambiente familiar não substitui terapia, mas é o porto seguro onde a pessoa pode praticar o que aprendeu.
A Cannabis medicinal no tratamento de uma pessoa com borderline
A Cannabis medicinal pode ser útil para sintomas de transtornos de saúde mental, especialmente aqueles que são resistentes a terapias convencionais.
Seu potencial está ligado ao sistema endocanabinoide, uma rede de receptores no cérebro que regula humor, sono e resposta ao estresse — áreas críticas para quem vive com TPB.
O Canabidiol (CBD), composto não psicoativo da planta, é o mais estudado nesse sentido, e a ciência já provou consistentemente seu potencial ansiolítico e estabilizador em estudos recentes.
Mas se você quer saber como lidar com uma pessoa borderline usando Cannabis medicinal, antes precisa compreender seus mecanismos de ação.
O CBD interage com receptores CB1 e CB2, modulando a liberação de neurotransmissores como serotonina e glutamato.
Dessa forma, ajuda a reduzir a hiperreatividade da amígdala, estrutura cerebral que dispara respostas intensas a ameaças percebidas — um dos núcleos do TPB.
Os benefícios se estendem à regulação emocional, pois o Canabidiol aumenta a conectividade entre o córtex pré-frontal (responsável pelo autocontrole) e a ínsula (envolvida na consciência corporal).
A Cannabis também pode melhorar a adesão a outras terapias. Por exemplo, pacientes com ansiedade reduzida participam mais de sessões de grupo, enquanto o alívio da insônia facilita o aprendizado de habilidades emocionais.
O THC, em doses mínimas e controladas (inferiores a 0,3%), tem sido usado em casos de dissociação crônica, ajudando a reconectar o paciente com seu corpo.
Ainda assim, a segurança depende de protocolos personalizados. O tratamento inicia com avaliação psiquiátrica para descartar histórico de psicose ou dependência química.
Depois de receitado, o médico ajusta a dosagem conforme a resposta do paciente. Aqui, psiquiatras, neurologistas e outros especialistas trabalham juntos para equilibrar o uso de canabinoides com outras medicações.
Contudo, a recomendação é clara: nunca use Cannabis como “automedicação”. Extratos caseiros têm concentrações imprevisíveis e podem piorar os sintomas.
Quais os estudos comprovam os benefícios da Cannabis?
Um estudo de 2021 evidenciou o envolvimento do sistema endocanabinoide (SEC) na regulação da ansiedade e do estresse, fatores centrais no Transtorno de Personalidade Borderline (TPB).
Os receptores CB1, expressos no hipocampo e no córtex pré-frontal, estão ligados a efeitos ansiolíticos e antidepressivos.
O SEC, por sua vez, não apenas responde ao estresse, como também é influenciado por ele, tornando-se particularmente vulnerável em indivíduos com histórico de adversidade precoce – um fator de risco para o TPB.
A pesquisa mostrou que o estresse na infância prejudica a resposta hormonal ao estresse na vida adulta, um efeito que pode ser contrabalançado pelo aumento dos níveis de anandamida, um endocanabinoide natural.
Além disso, o estresse crônico altera a conectividade dos receptores CB1 no hipocampo, afetando o funcionamento emocional e cognitivo.
Essa desregulação do SEC pode explicar a instabilidade emocional e a reatividade ao estresse observadas em pacientes com TPB.
Nesse contexto, o Canabidiol se torna um possível aliado por ter efeitos ansiolíticos bem documentados. Ele atua modulando os receptores CB1 e impedindo a degradação de anandamida.
Conforme dados do estudo, o CBD também influencia a atividade dopaminérgica, impactando a tomada de decisão e a regulação emocional. Seu uso, portanto, pode melhorar a qualidade de vida de pacientes com borderline.
Como iniciar um tratamento complementar com Cannabis?
Para quem busca entender como lidar com uma pessoa borderline ou outros transtornos de forma integrativa, a Cannabis pode ser uma peça do quebra-cabeça — desde que inserida com rigor científico.
O primeiro passo é reconhecer que isso não é feito por contra própria. Na verdade, envolve se conectar com profissionais especializados no uso de canabinoides.
A plataforma Cannabis & Saúde centraliza esse processo. Clicando aqui, você encontrará médicos certificados, com experiência em terapia canabinoide para transtornos emocionais.
Marcar uma consulta inicial é simples: basta filtrar por especialidade ou condição (ex.: “TPB” ou “ansiedade”) e escolher horários compatíveis com sua rotina.
Esses profissionais vão explicar mecanismos de ação, possíveis efeitos, formas de uso e todas as outras questões a respeito deste tipo de tratamento.
E, com base em uma anamnese, eles decidirão se o uso de Cannabis é adequado. Contudo, antes da consulta, prepare um dossiê pessoal do paciente, com:
- Histórico de medicações usadas e efeitos colaterais;
- Exames recentes (neuroimagens, genéticos, se houver);
- Registros de sintomas.
Na consulta, o profissional vai investigar:
- Se há histórico familiar de psicose;
- Qual o horário de pico dos sintomas (para ajustar doses);
- Se o paciente já usa terapias complementares (acupuntura, ioga).
Com base nessas informações, ele pode emitir uma prescrição personalizada. Após a prescrição, basta obter seu produto pela via que ele indicar, seja compra local ou importação.
Para familiares, a recomendação é clara: nunca compre produtos sem procedência. Óleos caseiros ou flores ilegais têm dosagens imprevisíveis — um risco que pode piorar os sintomas.
Por fim, lembre-se que a Cannabis não é mágica. Na verdade, ela requer integração entre terapias convencionais e complementares.
Agende hoje mesmo sua consulta no portal e descubra, com segurança, se essa é uma ferramenta para a jornada terapêutica de quem você ama.
Quais cuidados o profissional deve ter ao tratar uma pessoa com borderline?
Terapeutas que trabalham com Transtorno de Personalidade Borderline precisam ter cuidado e evitar a “armadilha do salvador”.
Pacientes com borderline, devido a traumas de abandono, podem idealizar o terapeuta como “o único que entende”. Isso leva a demandas excessivas que, se não contidas, esgotam ambos os lados.
Como lidar com uma pessoa borderline requer limites terapêuticos bem delineados, deixe claro nas primeiras sessões: “Você pode me enviar e-mails entre consultas, mas responderei apenas nas terças e quintas”.
Profissionais devem dominar técnicas de validação radical, mesmo em situações absurdas.
Se o paciente diz “Vou me machucar se meu namorado viajar”, evite respostas como “Isso é chantagem”. Em vez disso: “É assustador ver que sua segurança depende dele. Vamos explorar o que torna essa viagem tão ameaçadora?”.
Pacientes também podem relatar automutilação durante a sessão, exigindo decisões rápidas sobre quebra de sigilo. Tenha um protocolo escrito, revisado por um jurídico, e discuta esses cenários antecipadamente.
Cuidado com o burnout! 34% dos terapeutas que lidam TPB desenvolvem exaustão emocional segundo um estudo de 2000. Portanto, rotinas de autocuidado não são opcionais.
Quais recomendações passar para familiares de uma pessoa com borderline?
Muitas famílias de pacientes com borderline se veem presas num ciclo de culpa (“Onde erramos?”) e frustração (“Por que ele não melhora?”), sem perceber que o TPB é um transtorno neurobiológico, não falha de caráter.
A pessoa com borderline não escolhe sentir raiva incontrolável ou medo paralisante de abandono. Seu cérebro processa emoções como um alarme disparado 24h por dia.
Saber como lidar com uma pessoa borderline no ambiente familiar começa com educação sobre o transtorno.
Livros como “Pare de Andar em Cascas de Ovo” (Paul Mason) explicam, por exemplo, que a impulsividade é uma tentativa desesperada de aliviar a dor emocional.
Outra ação importante é redefinir expectativas de melhora, porque progressos não são consistentes neste transtorno. Um mês de estabilidade pode ser seguido por uma recaída, e isso não significa que a pessoa “não se esforça”.
A neuroplasticidade cerebral permite mudanças, mas elas são lentas em quem tem borderline. Ainda assim, celebre microconquistas: se ele conseguiu esperar 10 minutos antes de enviar uma mensagem, isso é um marco.
Dito isto, abaixo estão estratégias que vão te ajudar neste processo de como lidar com uma pessoa borderline:
1. Evitar julgamentos
Julgar uma pessoa com borderline por seus comportamentos é como criticar alguém com asma por tossir: ignora a raiz fisiológica do problema.
Estudos de neuroimagem mostram que, sob crítica, o cérebro borderline ativa a amígdala (centro de medo) e desliga o córtex pré-frontal (responsável pelo raciocínio).
Ou seja: a pessoa literalmente não consegue processar feedbacks quando se sente atacada. Para lidar com isso, tente o seguinte:
- Pausa de 10 segundos antes de responder a uma acusação;
- Reenquadramento mental: substituir “Ela está me manipulando” por “Ela está desesperada por conexão”;
- Evite braços cruzados ou expressões de reprovação, que aumentam a defensividade.
Como lidar com uma pessoa borderline também envolve desconstruir julgamentos internos.
Mães que se culpam pelo transtorno do filho precisam de psicoeducação: o TPB surge de combinações genéticas, experiências traumáticas e fatores sociais — não de “erros de criação”.
2. Manter limites saudáveis
Limites são pontes que protegem ambos os lados. Para famílias de pessoas com borderline, a dificuldade está em equilibrar apoio e autopreservação.
Permitir que a pessoa durma na sua cama todas as vezes que tem medo, por exemplo, pode reforçar a dependência. Ignorar completamente seus medos, por outro lado, dispara o terror do abandono.
Em vez de “Não ligue para mim no trabalho”, especifique: “Posso atender ligações urgentes das 12h às 13h”. Isso reduz ambiguidades que geram ansiedade.
A neurociência comprova que limites previsíveis acalmam o cérebro borderline. Quando se sabe o que esperar, a pessoa gasta menos energia em hipervigilância.
Para estabelecer limites sem culpa, faça o seguinte:
- Priorize necessidades não negociáveis (por exemplo: sono de 7 horas);
- Ofereça alternativas: “Não posso faltar ao trabalho hoje, mas vamos jantar juntos e falar sobre isso”;
- Use “eu” em vez de “você”: “Eu preciso de silêncio agora” soa menos acusatório que “Você está sendo barulhento”.
3. Ser paciente
A paciência com uma pessoa com borderline não é passividade. O cérebro dela funciona em modo de sobrevivência: reage a emoções como se cada desentendimento fosse uma ameaça existencial.
Isso explica por que respostas aparentemente simples (“Vamos conversar mais tarde”) podem ser interpretadas como rejeição catastrófica.
Pesquisas com fMRI mostram que a região anterior do cíngulo, responsável por tolerar frustrações, tem atividade reduzida no TPB. Isso significa que a pessoa sente desconforto emocional com mais intensidade e por mais tempo.
Ser paciente, nesse contexto, dá estabilidade para que ela desenvolva resistência emocional.
Portanto, em vez de cobrar “Por que você ainda não aprendeu isso?”, experimente: “Lembra daquela vez que você conseguiu esperar minha ligação? Como foi?”.
Reviver conquistas passadas fortalece a autoconfiança necessária para novos desafios. Estudos comprovam que famílias que praticam reforço positivo têm 3x mais chances de ver adesão à terapia.
4. Não entrar em conflitos intensos
Conflitos com uma pessoa com borderline se escalam rápido e deixam cicatrizes. A chave para lidar com eles, portanto, está em desarmar explosões antes que comecem.
Isso não significa evitar discussões, mas aprender a navegar desentendimentos sem detonar minas emocionais.
Quando a voz começa a subir, mudar o ambiente físico (abrir uma janela, oferecer água) interrompe a tensão fisiológica. Frases curtas e neutras (“Vamos respirar juntos”) são mais eficazes que discursos racionais. Para isso, tente:
- Combinar um gesto: Por exemplo, levantar a mão com a palma aberta, para indicar que a conversa está ficando perigosa.
- Adiamento programado: “Preciso pensar no que você disse. Vamos retomar isso às 19h, depois do jantar?”. Isso valida a importância do tema sem entrar na torrente emocional.
- Redirecionamento sensorial: Durante discussões acaloradas, peça à pessoa para descrever objetos ao redor (“Quantos quadros azuis você vê?”).
- Após uma briga, em vez de revisar quem errou, pergunte: “O que precisamos mudar para que isso não se repita?”.
5. Apoiar o tratamento profissional
Apoiar o tratamento não é sobre pagar as terapias. Na verdade, começa entendendo que o borderline é uma condição que exige intervenções especializadas.
Primeiro, entenda que tipo de terapia a pessoa faz. Aprenda os jargões (“mindfulness“, “efeito onda”) para reforçar as habilidades em casa.
Pratique perguntas como “O que você acha que eu senti quando disse isso?”. Participe de sessões familiares agendadas pelo profissional, mas evite transformá-las em tribunal de críticas.
Também é importante não sabotar o tratamento. Mães que cancelam sessões porque “ela está bem hoje” ou maridos que escondem automutilações para “proteger” o terapeuta estão atrasando o progresso.
Portanto, famílias devem:
- Criar um calendário compartilhado com horários de medicação, terapias e grupos de apoio;
- Usar apps para rastrear como atividades familiares impactam sintomas;
- Oferecer companhia nas sessões, mas respeitar a privacidade do conteúdo discutido.
Se o paciente reluta em continuar a terapia, famílias podem usar contratos de incentivo (“Se você completar 8 sessões, planejaremos aquela viagem”). Mas cuidado: prêmios devem reforçar autonomia, não dependência.
6. Reconhecer sinais de crise
Os primeiros indícios de uma crise em um paciente borderline muitas vezes são físicos: pupilas dilatadas, respiração curta, mãos trêmulas.
Como lidar com uma pessoa borderline inclui mapear esses marcadores individuais — alguns entram em estado de alerta com barulhos específicos, outros com mudanças na rotina.
Sinais comportamentais sutis incluem:
- Hiperfoco em tarefas (como limpar a casa obsessivamente) como tentativa de controlar emoções;
- Perguntas repetitivas (“Você ainda me ama?”) que aumentam em frequência;
- Mudança nos padrões de sono (dormir 12h ou 3h seguidas).
Juntos, criem um “kit de emergência” com:
- Objetos sensoriais: Massinha de modelar, gelo, óleo essencial de laranja.
- Lista de contatos: Terapeuta, ambulância psiquiátrica, amigo de apoio.
- Frases-chave: Escolhidas pelo paciente (“Lembre-se da sua árvore favorita”).
Conclusão
Como você viu, a forma como se comunica, estabelece limites e oferece suporte define a qualidade da sua relação com um paciente borderline.
Cada interação conta, e buscar conhecimento contínuo é parte do processo para lidar com os desafios que o transtorno costuma trazer.
Se quiser entender mais sobre abordagens terapêuticas e alternativas que podem ajudar no tratamento do borderline, confira outros artigos no Cannabis & Saúde.
Aqui, você encontra informações sobre os benefícios da Cannabis e como ela pode contribuir para a estabilidade emocional e o bem-estar não apenas nesta, como também em muitas outras condições de saúde mental!