Terça-feira, 20, foi dia de discutir sobre o uso da Cannabis medicinal no esporte na terceira edição do Medical Cannabis Summit. Gustavo Magliocca, médico da seleção brasileira de natação, diretor do departamento médico do Palmeiras e vice-presidente da Sociedade Paulista de Medicina Desportiva e Wellington Briques, diretor do global medical affairs da Canopy Growth fecharam a segunda noite do evento.
Magliocca contextualizou as mudanças nos últimos anos em relação aos medicamentos utilizados em atletas, entre eles o CBD. “Apareceram várias opções, inclusive o CBD. Dentro da planta da Cannabis existe um radical favorável a melhorar a performance do atleta”, contou. “Você tem um benefício em relação a dor, redução daquele sintoma.”
“CBD e THC têm papel anti-inflamatório e analgésico, além da imunomodulação, que pode melhorar a defesa do organismo”, explicou Briques. “E tem ainda melhora na qualidade do sono, o que é inegociável ao atleta. Além disso, a Cannabis atua na depressão e ansiedade, isso ajuda bastante.”
A aparição de THC no sangue de atletas, no entanto, segue proibida.
Tabus
Ambos concordam sobre o tabu ainda presente com o uso da planta no mundo do esporte. “A Cannabis ainda enfrenta tabus em qualquer lugar do mundo, mesmo em países onde o uso recreativo é liberado”, disse Briques. “O que está acontecendo hoje é maior educação sobre a Cannabis medicinal entre médicos e entre a população no geral.”
“A Cannabis é mais um medicamento, mais uma substância que vem de uma fonte vegetal, assim como outros medicamentos vieram, como o opioide, que veio da papoula”, complementou Briques. “É preciso tirar essa imagem de que a Cannabis serve apenas para ficar alto, quando prescrita corretamente traz benefícios.”
Magliocca falou sobre doping e os problemas de imagem de atletas que já foram pegos nos exames pelo uso recreativo de doping. “Em competição era doping e quem usava fora era drogado. Tivemos casos de atletas prejudicados por caírem no doping pelo uso de substâncias”, explicou. “Mas as pessoas começam a entender que a Cannabis usada medicinalmente traz benefícios.”
Questionado se atletas usariam Cannabis durante os jogos olímpicos deste ano, Magliocca não demonstrou qualquer dúvida: “provavelmente o CBD será, sim, usado nas Olimpíadas”.
Outros painéis da noite
A abertura da noite trouxe o tema “Variáveis fundamentais para a prescrição de produtos de Cannabis”, com o dr. Mario Grieco e o jornalista Ricardo Amorim. E realizaram o pré-lançamento do um E-book inédito com um comparativo de preços dos produtos comercializados no país, para saber mais, clique aqui
Uma das principais bandeiras de Grieco é contra a desinformação. Em seu livro “Cannabis medicinal – fatos além da controvérsia” aborda os benefícios da Cannabis medicinal e desmente fake news.
Na sequência, Michelle Reillo apresentou um estudo, publicado em outubro de 2019, que avalia o potencial dos fitocanabinoides em atletas profissionais que, em decorrência da atividade, desenvolveram lesões cerebrais. E apresentou uma pesquisa inédita no Brasil que apresenta os benefícios do uso dos canabinoides em atletas com lesões cerebrais.
Medical Cannabis Summit
A terceira rodada de palestras do Medical Cannabis Summit continua nesta quarta-feira, a partir das 18h. Você pode se inscrever gratuitamente por aqui. Participe!