Glioblastoma é o nome de um tipo raro e agressivo de câncer no cérebro, com média global de sobrevida de apenas 16 meses após o diagnóstico. O tratamento convencional, com cirurgia e radioterapia, tampouco muda o panorama, já que 95% dos pacientes falecem em até cinco anos.
Não é de hoje que a medicina canábica aparece como possibilidade de tratamento. Estudos já demonstraram a eficiência do uso combinado de THC e CBD no combate às células cancerígenas.
Os fitocanabinoides atuam junto ao sistema endocanabinoide em um processo chamado apoptose (morte programada das células).
Nosso organismo, diante de alguma anormalidade, libera enzimas que matam a célula problemática. O mal funcionamento desse mecanismo faz com que células doentes, como as que crescem demais e viram tumores, não sejam eliminadas. E os canabinoides fazem com que a apoptose volte a funcionar corretamente.
Acontece que nem todos pacientes lidam tão bem com os possíveis efeitos colaterais do THC, que pode levar ao aumento da ansiedade, frequência cardíaca, pressão arterial, gerar psicose e alterar a percepção.
Pesquisadores do Departamento de Toxicologia Genética e Biologia do Câncer, do Instituto Nacional de Biologia, em Ljubljana, Eslovênia, decidiram buscar alternativas. Para isso, substituíram o THC por outro canabinoide: o canabigerol (CBG), que é bem menos estudado e representa menos de 1% dos compostos encontrados na flor seca de Cannabis.
“Este é o primeiro relatório a demonstrar que o canabinoide não intoxicante CBG sozinho, ou em combinação com o CBD, atinge em cheio dois fatores que costumam impedir o sucesso no tratamento do glioblastoma com o tratamento tradicional”, diz o estudo.
“Primeiro eles atuam anulando a resistência das células cancerígenas de glioblastoma a agentes citotóxicos que induzem a apoptose, e também evitam a invasão do glioblastoma em outras regiões do cérebro.”
Os pesquisadores encontraram uma eficácia de 90% no controle da propagação do glioblastoma, contra 50% de eficácia do tratamento quimioterápico tradicional.
“As formulações contendo THC, portanto, podem ser evitadas devido à atividade psicoativa, que é particularmente prejudicial para pacientes com distorções neurológicas associadas à progressão tumoral”, conclui o estudo.
“Além de exercerem efeitos antitumorais claros, CBG e CBD também exercem efeitos paliativos conhecidos, como analgesia, aumento do apetite e prevenção de caquexia e náusea induzidas por quimioterapia.”
Terça-feira, 20, foi dia de discutir sobre o uso da Cannabis medicinal no esporte na…
Expectativa é do relator da Comissão da Cannabis na Câmara, que apresentou nesta terça o…
Há 25 anos, o neurologista Ethan Russo estuda os usos e benefícios da Cannabis medicinal.…
O tremor nas mãos é um sintoma que pode sinalizar doenças que afetam o sistema…
Cientista que esteve à frente de uma revolução na medicina compartilhará seus conhecimentos conosco no…
Ao longo de 30 anos de experiência clínica, a doutora Michelle Reillo sempre buscou opções…