O surto de Zika de 2015 impactou muitas famílias e trouxe um novo desafio para a medicina: a Síndrome Congênita do Zika Vírus. O Zika é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e suas consequências são especialmente graves quando ocorre em gestantes.
O vírus pode ser passado da mãe para o bebê, resultando em diversas complicações físicas e psicomotoras, como microcefalia, atraso no desenvolvimento e epilepsia. Sem uma cura conhecida, a abordagem se concentra em melhorar a qualidade de vida dessas crianças e oferecer suporte às suas famílias.
Diante das limitadas opções de tratamento, pesquisadores brasileiros realizaram um estudo sugerindo o uso do canabidiol (CBD) como uma alternativa promissora.
Tratando a epilepsia associada ao Zika
Um dos sintomas mais debilitantes da Síndrome Congênita do Zika Vírus é a epilepsia, por isso uma equipe de pesquisadores vinculados à Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) fez uma revisão da literatura científica sobre o uso do CBD no tratamento da epilepsia associada a essa condição.
Algumas evidências científicas já indicavam o uso do canabidiol para tratar a epilepsia, inclusive em crianças. No entanto, era essencial verificar se esse efeito também ocorreria em crianças com epilepsia relacionada à Síndrome Congênita do Zika Vírus, além de avaliar a segurança do tratamento.
Redução das crises e melhora na coordenação motora
De acordo com os resultados do estudo, o CBD pode ser uma opção eficaz para tratar crianças com problemas neurológicos causados pelo Zika. O medicamento reduziu as convulsões em 80% dos participantes do estudo. Nesse sentido, além de reduzir a intensidade e a frequência das crises, o canabinoide também proporcionou uma melhora na coordenação motora e no equilíbrio dos pacientes.
Após o início do tratamento com CBD, as crianças mostraram avanços na capacidade de se movimentar melhor, como pegar objetos pequenos e andar com mais segurança. Os pesquisadores atribuíram essa melhora às propriedades neuroprotetoras e antioxidantes do canabidiol, que inibe a liberação excessiva de neurotransmissores e reduzem a hiperexcitabilidade das células cerebrais.
Além disso, não houve relatos de efeitos adversos graves, com as crianças tolerando bem o canabidiol.
O papel do canabidiol no tratamento
Apesar dos resultados promissores, ainda há um longo caminho pela frente. Os mecanismos exatos pelos quais o CBD atua no sistema nervoso das crianças com a Síndrome Congênita do Zika Vírus ainda não são completamente compreendidos. Ainda é necessário chegar a uma dose ideal e observar a eficácia do tratamento com canabinoides a longo prazo.
Os pesquisadores concluíram que o CBD tem potencial para melhorar a qualidade de vida dessas crianças, oferecendo mais bem-estar e um controle mais eficaz das convulsões.
“O canabidiol apresenta potencial terapêutico promissor no manejo da síndrome congênita do vírus Zika em crianças. A redução das convulsões, melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento motor observados sugerem benefícios clínicos neste público. Quanto à segurança, o canabidiol demonstrou ser bem tolerado, com efeitos colaterais leves e temporários, sem eventos adversos graves diretamente relacionados ao seu uso.”
Como começar um tratamento com Cannabis
Assim como qualquer tratamento, é necessário que o paciente receba orientação médica antes de iniciá-lo. Para tratamentos com medicamentos à base de Cannabis não é diferente. Como cada pessoa tem uma resposta única ao tratamento, a escolha do produto e da dosagem dependem de uma análise detalhada da condição de saúde.
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