O TDAH afeta cerca de 5% das crianças em idade escolar no mundo, sendo um dos transtornos mais comuns diagnosticados na infância. Entretanto, o impacto da condição se prolonga, muitas vezes, até a vida adulta. E as dificuldades com o foco, o aumento da impulsividade e comorbidades como ansiedade e insônia podem ser tratadas o.
Conversamos com o Dr. Gabriel Costa para entender melhor as diferenças entre os tratamentos tradicionais para o TDAH e o uso dos fitocanabinoides, compostos da Cannabis.
“Em muitos casos, a Cannabis oferece benefícios que os medicamentos tradicionais, como a Ritalina e o Venvanse, nem sempre conseguem proporcionar sem causar efeitos colaterais significativos. O acompanhamento médico é fundamental para ajustar as doses e o tipo de substância, garantindo a eficácia e a segurança do tratamento,” explica o médico.
Ritalina, Venvanse e Cannabis: Qual diferença?
Os tratamentos convencionais para o TDAH geralmente envolvem psicoestimulantes destinados a melhorar a atenção e controlar a hiperatividade. Entretanto, quem já tomou estes medicamentos sabe: os efeitos colaterais são significantes e se por um lado aumentam o foco, por outro podem trazer à tona sintomas secundários, como aumento da ansiedade, uma sensação de robotização e dificuldades para dormir. E assim, muitas vezes pode ser necessário o uso de outras medicações específicas.
“Cada sintoma, como ansiedade ou insônia, frequentemente requer um medicamento diferente. Com a Cannabis, que contém fitocanabinoides como o CBD e o THC, conseguimos tratar o quadro de forma mais integrada, atuando no conjunto dos sintomas e podando o uso de medicamentos” afirma Dr. Gabriel.
O médico observa que é comum perceber uma redução na necessidade de múltiplas medicações quando o tratamento com fitocanabinoides é bem conduzido. “O acompanhamento médico é imprescindível”, salienta.
Cannabis para TDAH: um tratamento global e personalizado
Porém, Dr. Gabriel reforça que o uso da Cannabis não é uma solução milagrosa. Mas deve fazer parte de um tratamento multidisciplinar que inclua terapia, exercícios físicos e acompanhamento psicológico.
“Cada paciente é único, e o que funciona para um pode não funcionar para outro. Por isso, o tratamento precisa ser rigorosamente personalizado e monitorado,” destaca.
Experiência pessoal que inspira confiança
Diagnosticado com TDAH há três anos, o Dr. Gabriel compartilha sua experiência pessoal:
“Quando recebi o diagnóstico, comecei o tratamento com psicoestimulantes, mas tive muitos efeitos colaterais e frustrações. Foi quando conheci o tratamento com fitocanabinoides e me apaixonei por essa abordagem. Os sintomas paralelos, como insônia e alterações de humor, foram melhorando, e consegui equilibrar meu quadro”, revela.
Os relatos clínicos, assim como o Dr. Gabriel, têm desempenhado um papel fundamental na investigação dos potenciais usos da Cannabis no tratamento do TDAH. Estes relatos de casos clínicos vêm sendo amplamente utilizados para apresentar novas evidências, gerar hipóteses e promover discussões acerca do uso de terapias alternativas, como a Cannabis.
Fitocanabinoides mais utilizados no TDAH
Segundo o especialista, os principais fitocanabinoides para o tratamento do TDAH são o CBD (Canabidiol) e o THC.
“O CBD, pela sua ação ansiolítica, ajuda na ansiedade, insônia e até na redução de dependência química que pode acompanhar o transtorno. Já o THC, na dose terapêutica correta, pode melhorar a concentração, a organização e o foco, muito importantes para quem tem TDAH,” explica.
Por fim, o médico avalia que à medida que o interesse e os estudos avançam, a Cannabis desponta como uma nova via para proporcionar melhor qualidade de vida para pacientes com TDAH, fundamentada na personalização e no acompanhamento médico especializado.
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𝗜𝗺𝗽𝗼𝗿𝘁𝗮𝗻𝘁𝗲: O acesso legal à Cannabis medicinal no Brasil é permito mediante indicação e prescrição de um profissional de saúde habilitado. Caso você tenha interesse em iniciar um tratamento com canabinoides, consulte um profissional com experiência nessa abordagem terapêutica.