A doença de Alzheimer representa a condição neurodegenerativa mais prevalente entre os idosos. O aumento na expectativa de vida é parcialmente responsável pelo crescimento no número de indivíduos afetados por essa enfermidade.
Atualmente, estima-se que cerca de 35 milhões no mundo inteiro enfrentam demências do tipo Alzheimer. Embora seja rara antes dos 65 anos, com uma incidência de apenas 0,5%, sua prevalência aumenta para 2-4% após essa idade.
Essa prevalência continua a crescer proporcionalmente, chegando a superar os 15% após os 80 anos de idade.
A doença de Alzheimer é o distúrbio neurocognitivo mais comum, constituindo aproximadamente 60 a 80% de todos os distúrbios dessa natureza.
No entanto, não se pode generalizar e afirmar que todos os distúrbios neurocognitivos são, de fato, casos de doença de Alzheimer. É relevante observar que a demência ocupa a sétima posição entre as principais causas de mortalidade em todo o mundo.
Embora a origem exata da doença permaneça desconhecida até hoje, houve avanços significativos nas últimas décadas na compreensão dos mecanismos moleculares envolvidos e na progressão das lesões no cerne do cérebro.
Quer aprender mais sobre a doença de Alzheimer e como gerenciá-la da melhor forma? Então, continue lendo este artigo. Aqui você vai aprender sobre:
- O que é a doença de Alzheimer?
- Quais são os sintomas mais comuns do Alzheimer?
- Qual é a causa do Alzheimer?
- Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento do Alzheimer?
- Como é feito o diagnóstico do Alzheimer?
- Quais são as opções de tratamento disponíveis para o Alzheimer?
- Os benefícios do canabidiol para Alzheimer
- Existe cura para o Alzheimer?
O que é a doença de Alzheimer?
A doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa que provoca danos progressivos e irreversíveis ao cérebro, levando à lenta, porém inexorável, perda de células nervosas.
Ela pertence ao grupo de doenças chamadas “demências” e é a forma mais comum.
Demência é uma categoria de distúrbios neurológicos que se desenvolvem ao longo do tempo, resultando na perda de autonomia na vida cotidiana.
Ela inclui alterações nas funções cognitivas (memória, atenção, linguagem, raciocínio) e/ou na deterioração das funções sociais (percepção do mundo exterior, comportamento social).
As demências, em sua maioria, têm natureza neurodegenerativa, e a doença de Alzheimer responde por cerca de 80% desses casos.
Inicialmente, a doença de Alzheimer apresenta poucos ou nenhum sintoma visível, com os primeiros sinais emergindo meses ou mesmo anos após o início da neurodegeneração.
A progressão da doença varia de pessoa para pessoa, mas geralmente se estende por uma média de dez anos. Infelizmente, a deterioração das funções cerebrais é irreversível.
Essa doença é caracterizada por duas principais formas de lesões: as placas amiloides ao redor dos neurônios e a degeneração neurofibrilar.
Essas anomalias gradualmente se espalham por todo o cérebro, começando pelo hipocampo, causando a destruição progressiva dos neurônios.
Quais são os sintomas mais comuns do Alzheimer?
Ter a doença de Alzheimer implica enfrentar problemas de memória significativos que afetam a vida cotidiana. No entanto, esse não é um processo que ocorre de repente.
É normal para qualquer pessoa esquecer um compromisso, onde colocou objetos ou um número de telefone.
No entanto, quando esses esquecimentos se tornam repetitivos, especialmente em circunstâncias específicas, isso pode indicar um problema mais sério.
O aspecto preocupante é quando esquecemos que esquecemos, e a informação que falta não retorna à memória posteriormente. Também é preocupante quando começamos a colocar objetos comuns em lugares inadequados, como chaves no forno.
Quando esses distúrbios de memória se limitam a eventos recentes e atrapalham a realização de tarefas cotidianas, isso se torna um sinal de alerta.
Além dos distúrbios de memória discretos mencionados, outros sintomas podem surgir, como a substituição de palavras, a ponto de tornar uma frase incompreensível, ou a incapacidade de reconhecer um caminho familiar.
De forma mais detalhada, os sinais a seguir podem ser indicativos de uma condição que merece atenção médica.
Problemas de memória
Os distúrbios de memória frequentemente levam as pessoas a buscarem ajuda médica.
Esses distúrbios estão relacionados a alterações nas formações hipocampais, que desempenham um papel crucial na capacidade de memorizar novas informações.
Em casos de Alzheimer, os pacientes experimentam uma perda de memória em relação a eventos recentes.
Eles tendem a repetir perguntas, realizar a mesma compra mais de uma vez, esquecer quem acabaram de conhecer ou onde guardaram itens importantes.
Além do mais, podem ficar desorientados, vagueando por horas em seu bairro ou perdendo a noção do tempo.
Distúrbios de linguagem
Os distúrbios de linguagem estão relacionados à perda parcial ou total da capacidade de comunicação.
No início, as pessoas com doença de Alzheimer podem ter dificuldade em encontrar as palavras certas e costumam compensar essa dificuldade usando palavras genéricas, como “coisa”.
À medida que a doença progride, podem ocorrer parafasias, prejudicando a leitura e levando a uma escrita desorganizada.
Eventualmente, muitos pacientes perdem completamente a capacidade de falar. A compreensão da linguagem também é afetada.
Iniciando com dificuldades em compreender frases complexas e vocabulário específico e evoluindo para uma perda de significado em frases e palavras simples.
Problemas para realizar tarefas
Desde os estágios iniciais da doença, os pacientes frequentemente relatam dificuldades em realizar tarefas complexas que requerem atenção e concentração, como preparar refeições, dirigir ou planejar viagens.
À medida que a doença avança, essas dificuldades aumentam, tornando-se mais pronunciadas.
Realizar duas tarefas ao mesmo tempo se torna desafiador, e a pessoa se distrai facilmente com interrupções ou ruídos ao redor.
Distúrbios motores
Durante a progressão da doença de Alzheimer, a pessoa afetada enfrenta dificuldades na realização de gestos cotidianos que exigem coordenação e destreza.
Gestos que antes eram naturais tornam-se progressivamente esquecidos.
A apraxia se manifesta inicialmente como dificuldades na realização de gestos complexos, como escrever ou realizar tarefas domésticas que exigem habilidades manuais.
Em estágios mais avançados, até mesmo gestos simples, como o uso de talheres ou vestir-se, se tornam um desafio.
Agnosia
À medida que a doença progride, é comum observar dificuldades na identificação de objetos ou rostos.
Alguns pacientes conseguem compensar essas dificuldades usando outros sentidos, como o tato para identificar objetos ou a audição para reconhecer vozes familiares.
Quais são os estágios da doença de Alzheimer?
Quando a doença se manifesta por volta dos 60 ou 65 anos, a expectativa de vida é estimada em cerca de 12 a 14 anos.
No entanto, quando ocorre em idades mais avançadas, a expectativa de vida diminui significativamente para apenas 5 a 8 anos.
Atualmente, não existe maneira de interromper a progressão da doença de Alzheimer. No entanto, ela passa por diferentes estágios, conforme descrito a seguir:
Estágio leve
Neste estágio inicial, a perda de memória é ocasional.
A memória de curto prazo, que envolve a retenção de informações recentes, como números de telefone ou palavras de uma lista, é a mais afetada.
As pessoas afetadas tentam compensar suas dificuldades usando lembretes e contando com o apoio de seus entes queridos.
Além do mais, é comum observar mudanças de humor e uma leve desorientação espacial.
A pessoa pode encontrar dificuldade em encontrar as palavras certas e seguir uma conversa.
Neste estágio, não é definitivamente confirmado se é a doença de Alzheimer. Com o tempo, os sintomas podem permanecer estáveis ou até diminuir.
O diagnóstico é confirmado se os problemas de memória se agravarem e se outras funções cognitivas, como linguagem, reconhecimento de objetos e planejamento de movimentos complexos, também se deteriorarem.
Estágio moderado
Na fase moderada, os distúrbios de memória se agravam.
As recordações da juventude e meia-idade se tornam menos nítidas, embora sejam melhor preservadas do que a memória imediata. A capacidade de tomar decisões diminui, e o julgamento começa a ser afetado.
Tarefas como gerenciar finanças e planejar atividades diárias se tornam progressivamente mais difíceis. A desorientação no espaço e no tempo se torna mais evidente, incluindo dificuldade em lembrar o dia da semana ou aniversários.
Nesse estágio, podem surgir problemas de comportamento incomuns, como agressividade, uso de linguagem atípica ou mudanças na personalidade.
Estágio avançado
Nesta fase avançada, a pessoa perde sua autonomia e requer supervisão constante ou cuidados em um centro de saúde.
Problemas psiquiátricos, como alucinações e delírios paranóicos, podem ocorrer e são agravados pela grave perda de memória e desorientação.
Distúrbios do sono são comuns, e os pacientes podem negligenciar a higiene pessoal, tornar-se incontinentes e ter dificuldades para se alimentar sozinhos.
Sem supervisão, podem vagar sem rumo por horas a fio. É importante observar que uma pessoa afetada pelo Alzheimer pode falecer de outras doenças em qualquer estágio da condição.
No entanto, no estágio avançado, a doença de Alzheimer se torna em si uma condição fatal, semelhante ao câncer.
A maioria das mortes nesse estágio resulta de pneumonia. Os pacientes correm o risco de aspirar saliva ou alimentos líquidos para as vias respiratórias e os pulmões.
Qual é a causa do Alzheimer?
A doença de Alzheimer não é uma parte normal do processo de envelhecimento, contrariamente ao que muitos acreditam. Nem todos os idosos vão desenvolver o Alzheimer.
A doença de Alzheimer se distingue de outras demências porque progride gradualmente e inicialmente afeta principalmente a memória de curto prazo.
No entanto, o diagnóstico nem sempre é claro, e os médicos podem ter dificuldade em distinguir a doença de Alzheimer de outras formas de demência, como a demência com corpos de Lewy, por exemplo.
O Alzheimer é marcado pelo aparecimento de lesões específicas que gradualmente se espalham pelo cérebro, causando a destruição das células nervosas, ou neurônios.
Os primeiros neurônios afetados estão localizados no hipocampo, a área cerebral responsável pela memória. A causa exata do surgimento dessas lesões ainda é desconhecida.
O nome da doença foi dado em homenagem ao Dr. Alois Alzheimer, um neurologista alemão que, em 1906, descreveu pela primeira vez essas anomalias cerebrais durante a autópsia de uma mulher que sofria de demência.
Ele identificou placas anormais e emaranhados de células nervosas no cérebro da paciente, que agora são considerados os principais indicadores fisiológicos da doença de Alzheimer.
Essas lesões específicas no cérebro das pessoas afetadas podem ser divididas em dois tipos:
- Acúmulo excessivo de proteínas beta-amiloide em certas áreas do cérebro, formando as chamadas placas amiloides ou placas senis, associadas à morte dos neurônios.
- Alteração na estrutura de certas proteínas estruturais, chamadas proteínas Tau, que leva ao emaranhamento anormal dos neurônios.
Além dessas lesões, a inflamação também contribui para as alterações nos neurônios. Atualmente, não existe um tratamento capaz de interromper ou reverter esses processos patológicos.
Quais são as complicações associadas ao Alzheimer?
As doenças neurocognitivas infelizmente progridem ao longo do tempo. Elas podem levar a várias complicações que, em última instância, podem resultar no óbito do paciente. Essas complicações incluem:
- Insuficiência cardíaca;
- Dificuldades na locomoção;
- Infecções.
À medida que a doença entra em sua fase terminal, as dificuldades aumentam, especialmente em relação à alimentação.
Os distúrbios cognitivos e comportamentais associados à doença de Alzheimer e condições relacionadas aumentam o risco de desnutrição.
Isso porque o paciente perde o apetite e a sede, recusando-se a se alimentar. Problemas de deglutição também se tornam comuns. Quando um paciente recusa comida, é importante investigar:
- Possíveis infecções na boca, como boca seca, candidíase oral e problemas dentários;
- A presença de outras condições psiquiátricas, como depressão ou paranoia.
A interrupção completa da alimentação e hidratação não resulta em morte imediata. A morte do paciente está relacionada às complicações da doença em si.
Nesse estágio, os cuidados paliativos podem ser uma solução valiosa para proporcionar conforto ao paciente, além de ajudar a aliviar o sofrimento físico e psicológico no final da vida.
Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento do Alzheimer?
Após atingir a idade de 65 anos, a incidência da doença aumenta, tornando-se ainda mais pronunciada após os 80 anos de idade. Mas, como mencionado anteriormente, o envelhecimento não é a única causa do Alzheimer.
Fatores genéticos relacionados à doença de Alzheimer também desempenham um papel em sua manifestação de várias maneiras. Há uma predisposição genética na ocorrência da doença de Alzheimer em indivíduos idosos.
Quando um pai ou mãe de primeiro grau (pai, mãe, irmão ou irmã) é afetado, o risco de desenvolver a doença é multiplicado, Quanto aos fatores relacionados ao estilo de vida, há indícios de que vários estão associados a um maior risco de desenvolver a doença de Alzheimer:
- Lesões cerebrais repetidas;
- Estilo de vida sedentário e falta de atividade física;
- Hábitos alimentares e consumo de álcool;
- Gestão inadequada de fatores de risco cardiovascular, incluindo hipertensão não tratada, diabetes descontrolada, níveis elevados de colesterol e triglicerídeos no sangue, e tabagismo prolongado;
- Anestesia geral repetida.
Além disso, estudos sugerem que existem fatores protetores que podem ajudar a retardar o aparecimento dos primeiros sintomas da doença de Alzheimer e reduzir o risco de desenvolvê-la:
- Elevada estimulação cerebral por meio de atividade intelectual e uma rede social rica pode atrasar o início dos sintomas;
- Qualquer forma de atividade física, como corrida, jardinagem ou dança, combinada com gasto calórico, estimula a atividade cerebral e aumenta o volume da massa cinzenta associada à memória e funções cognitivas.
Como é feito o diagnóstico do Alzheimer?
É importante entender que esquecer coisas como chaves, um compromisso ou o nome de alguém de vez em quando não é indicativo da doença de Alzheimer.
Essas pequenas falhas de memória ocasionais são normais em qualquer idade e geralmente estão relacionadas à distração.
No entanto, se esses esquecimentos se tornarem frequentes, podem ser sintomas de um problema cognitivo, grave ou não. O diagnóstico do Alzheimer só pode ser feito por meio de testes realizados por um médico.
Muitas vezes, são os membros da família que observam sinais em seus entes queridos e solicitam uma consulta médica. Para determinar o diagnóstico, o médico avalia os resultados de vários exames médicos.
Inicialmente, ele conversa com o paciente para entender melhor como a perda de memória e outras dificuldades no dia a dia se manifestam.
São então realizados testes para avaliar as habilidades cognitivas do paciente. Estes podem incluir testes de visão, escrita, memória, resolução de problemas, entre outros.
Se houver comprometimento da memória, mesmo quando o paciente presta atenção, seu desempenho nos testes será anormal.
Em alguns casos, são realizados exames médicos adicionais para descartar a possibilidade de que os sintomas estejam relacionados a outras condições de saúde, como deficiência de vitamina B12, disfunção da tireoide, derrame ou depressão.
Se necessário, o médico pode recomendar exames de imagem cerebral, preferencialmente uma ressonância magnética, para examinar a estrutura e a atividade das diferentes áreas do cérebro.
Pesquisas em todo o mundo estão em andamento para desenvolver ferramentas de diagnóstico da doença de Alzheimer em estágios mais precoces, quando os sintomas de perda de memória são leves ou antes mesmo de aparecerem.
Quais são as opções de tratamento disponíveis para o Alzheimer?
A doença de Alzheimer é atualmente uma condição incurável, e lamentavelmente, sua progressão não pode ser interrompida. No entanto, a maioria dos pacientes recebe tratamento medicamentoso.
É importante notar que esses medicamentos, embora auxiliem na desaceleração da evolução da doença, não impedem a deterioração da função cognitiva.
Além disso, podem promover efeitos colaterais desagradáveis que refletem em uma piora na qualidade de vida dos pacientes.
Neste sentido, tratamentos e terapia que visam o manejo dos sintomas e a melhora da qualidade de vida podem ser boas opções. Um desses tratamentos é o uso do canabidiol.
Ao longo dos anos, foram realizados estudos teóricos e clínicos para avaliar os efeitos do canabidiol (CBD) e sua eficácia em diversas condições médicas.
Muitos ensaios clínicos foram conduzidos em pacientes com doença de Alzheimer em várias partes do mundo.
Descobriu-se que, embora o CBD não seja uma cura, ele oferece um suporte no tratamento de problemas relacionados à doença. O objetivo do CBD não é curar a doença de Alzheimer, mas sim melhorar a qualidade de vida e a compreensão da condição.
O CBD é principalmente utilizado para combater três sintomas comuns na doença de Alzheimer: dor decorrente das complicações da doença, ansiedade associada à condição e distúrbios do sono.
Ademais, ele também pode contribuir das seguintes maneiras:
- Alívio de vários sintomas nas diferentes fases da doença;
- Benefícios na prevenção para reduzir os riscos dessa condição multifatorial;
- Atua como um relaxante natural, auxiliando na redução do consumo de ansiolíticos;
- Regula os distúrbios do sono;
- Combate a depressão, um fator que pode acelerar o desenvolvimento da doença;
- Alivia dores que os pacientes com Alzheimer podem ter dificuldade em expressar;
- Contribui para a preservação da saúde mental e do sono do cuidador, que frequentemente são afetados.
O alto custo social e econômico do Alzheimer
O Alzheimer, em muitos casos, impossibilita que a pessoa siga sua vida normalmente. Isso se transforma em um grande problema para familiares e cuidadores e, à medida que a ocorrência cresce na população, um alto custo econômico para o Estado.
A ciência ainda tenta desvendar os caminhos que levam o cérebro ao Alzheimer.
Entretanto, pesquisas recentes demonstraram que, em pessoas doentes, uma proteína chamada beta-amilóide, responsável pela formação do citoesqueleto dos neurônios e presente em quantidades baixíssimas em cérebros saudáveis, adere à membrana das células do cérebro que contêm colesterol e formam uma espécie de placas neurais.
Em seguida, essas placas interagem com outras substâncias presentes no cérebro, desencadeando processos inflamatórios e de oxidação dos neurônios. Por consequência, sua morte.
O tratamento convencional atua principalmente no alívio dos sintomas. Ele não impede a progressão da doença e oferece benefícios limitados na função cognitiva.
O Donepezil, vendido no Brasil como Eranz, é um dos medicamentos mais comuns. Apesar de possuir função neuroprotetora, ele apresenta eficácia em apenas 20% dos pacientes.
No entanto, possui efeitos adversos, como náusea, diarreia, vômito, perda de peso, insônia e infecção no trato urinário. Esse remédio geralmente vem acompanhado de um coquetel, que inclui antipsicóticos, antidepressivos e anticonvulsivantes.
Juntos, ampliam ainda mais as reações adversas. É neste vácuo de tratamento adequado que os componentes da Cannabis ganham espaço no tratamento do Alzheimer.
Os benefícios do canabidiol para Alzheimer
Como mencionado anteriormente, as propriedades do canabidiol têm amparado a ciência com resultados que demonstram o amplo espectro de ação da substância em diferentes sintomas.
Pesquisas indicaram sua eficácia como agente neuroprotetor, anti-inflamatório e antioxidante.
A substância também apresentou capacidade de neurogênese, ou seja, de formar novos neurônios no hipocampo (onde se acredita que são armazenadas as memórias) do cérebro de ratos.
Em uma pesquisa intitulada Cannabidiol reduces Aβ-induced neuroinflammation and promotes hippocampal neurogenesis through PPARγ involvement, os pesquisadores avaliaram a eficácia da Cannabis no Alzheimer.
Neste estudo, foram realizadas investigações sobre os efeitos do CBD na neurotoxicidade induzida por β-amilóide em ratos.
Os resultados mostram que o CBD teve a capacidade de reduzir de forma significativa os efeitos na reatividade glial e, consequentemente, na lesão neuronal.
Além disso, devido à sua interação com o receptor PPARγ, foi observado que o CBD promove a neurogênese no hipocampo.
Outra revisão de estudos (A Review on Studies of Marijuana for Alzheimer’s Disease – Focusing on CBD, THC) também demonstrou que o uso de THC e CBD pode proporcionar aumento na diferenciação celular, na expressão de proteínas axonais e sinápticas, além de apresentar efeito neurorestaurador.
Em animais, houve relato de restituição de déficits sociais e do reconhecimento de objetos. Da mesma forma, também houve modificação na composição das placas beta-amiloides.
Já em humanos, observou-se melhora no bem-estar emocional, na mobilidade, em sintomas psicóticos e no sono, sem haver relato de mais efeitos adversos no uso dessas substâncias, se comparado ao placebo.
Evidências científicas sobre o uso do canabidiol para Alzheimer
Além das evidências mencionadas anteriormente, outro estudo que merece destaque é o In vivo Evidence for Therapeutic Properties of Cannabidiol (CBD) for Alzheimer’s Disease.
Este estudo afirma que o CBD possui a capacidade de reduzir a gliose reativa, a resposta neuroinflamatória e promover a neurogênese.
O canabidiol mostrou reverter e prevenir o desenvolvimento de déficits cognitivos em modelos de roedores com doença de Alzheimer.
Uma observação interessante é que terapias combinadas de CBD e Δ9-tetrahidrocanabinol (THC), o principal componente ativo da cannabis sativa, indicam que o CBD pode antagonizar os efeitos psicoativos associados ao THC.
Assim, podem proporcionar benefícios terapêuticos mais significativos do que quando usados isolados.
Outro estudo (Oral THC: CBD cannabis extract in main symptoms of Alzheimer disease: agitation and weight loss) também relata benefícios associados ao uso de CBD e THC.
Neste estudo, trinta pacientes diagnosticados com doença de Alzheimer em estágios leve, moderado ou grave, com idades variando de 65 a 90 anos, foram recrutados e submetidos ao uso de um extrato de cannabis (com 22% de THC, 0,5% de CBD, em 50 ml de azeite).
Eles seguiram esta terapia duas vezes ao dia, por um período de 12 semanas. A eficácia do tratamento com canabinoides foi avaliada tanto no início do estudo quanto após 12 semanas de terapia.
Os resultados deste estudo apontaram para uma redução nos sintomas de agitação, apatia, irritabilidade, distúrbios do sono e problemas alimentares.
O que consequentemente melhorou a qualidade de vida dos cuidadores. Além do mais, foi observada uma diminuição nos comportamentos agressivos, tanto físicos quanto verbais, em todos os pacientes.
45% dos pacientes relataram uma significativa melhora no comprometimento cognitivo.
Essas pesquisas estabelecem a evidências de que combinações de CBD, e talvez CBD-THC, são opções promissoras para novas abordagens terapêuticas na doença de Alzheimer.
Investigações adicionais são necessárias para explorar o potencial a longo prazo do CBD e entender os mecanismos subjacentes aos efeitos terapêuticos observados.
O que é preciso para começar um tratamento à base de Cannabis medicinal?
Para iniciar um tratamento com Cannabis medicinal, o primeiro passo crucial é consultar um médico especializado na área. O portal Cannabis & Saúde está aqui para conectar pacientes a profissionais de saúde com experiência em terapias com Cannabis.
A consulta é muito importante no processo de tratamento, pois somente um médico pode avaliar cuidadosamente a condição de saúde do paciente, discutir os sintomas e determinar se o uso de Cannabis medicinal é apropriado.
A consulta com um médico do portal permite a obtenção de uma receita médica e plano de tratamento personalizado, se for necessário.
Eles podem orientar o paciente sobre os diferentes tipos de produtos de Cannabis disponíveis, suas dosagens adequadas e métodos de administração apropriados com base nas necessidades individuais.
Portanto, para dar início a um tratamento com Cannabis medicinal, é altamente recomendável que o paciente agende uma consulta com os médicos disponíveis no portal Cannabis & Saúde.
Assim, você encontrará orientações confiáveis e especializadas para melhorar sua qualidade de vida através desse tratamento inovador.
Existe cura para o Alzheimer?
Ainda não existem tratamentos que possam curar a doença de Alzheimer.
No entanto, o conhecimento só aumentou e o cuidado das pessoas doentes melhorou significativamente, principalmente quando estes cuidados são baseados na medicina canabinoide.
Conclusão
Se você ou algum ente querido recebeu recentemente um diagnóstico de doença de Alzheimer ou outro distúrbio neurocognitivo, é importante saber que existem recursos e apoio disponíveis para você e sua família.
Embora cada jornada nessa condição seja única e desafiadora, é possível viver bem com ela. Pesquisas demonstraram que a Cannabis pode melhorar a sua experiência ao lidar com a doença.
O uso de Cannabis com orientação médica, por exemplo, pode retardar a progressão dos sintomas e tornar mais gerenciável as mudanças que acompanham a condição.
Além disso, buscar o apoio necessário o mais cedo possível pode ajudar a preservar uma alta qualidade de vida enquanto se convive com a doença, permitindo que você ou seu ente querido desfrute ao máximo do tempo disponível.
Saiba que você não está sozinho e que existem recursos e profissionais dispostos a oferecer assistência ao longo dessa jornada desafiadora.
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